quarta-feira, outubro 26, 2005

Introdução por Hélio Bertolucci Jr.

Outubro de 2005

Este blog terá informações através do meu olhar sobre histórias que consigo lembrar de minha família paterna. Uma vez ouvi uma frase de que as pessoas só morrem quando elas ficam no esquecimento, então, vamos renascer todos esses que já passaram por aqui e estão no andar de cima, nos protegendo, afinal, eles vieram primeiro e eu por algum motivo que a vida não me informa, escolhi fazer parte desta família.

Sempre tive vontade de contar e registrar nossas memórias familiares, que de certa forma se perdeu com com a morte destes familiares e nada foi registrado, a não ser através de algumas fotografias. Desde criança sempre fui muito curioso e curtia ouvir algumas histórias contadas por um tio, aliás, meu padrinho, sobre nossos antepassados. Ele apesar de pouca instrução, foi a memória da família, sempre tinha seus "causos", piadas, fofocas de alguns pessoas. Meu pai, ainda vivo (falecido em 2010), nunca foi a melhor referência para coisas familiares, quando questionado sempre dizia que não sabia, ou não lembrava de tal acontecimento. Memória de peixe!!! (rs) 

 Acho que temos uma história simples, mas não deixa de ser a nossa história, desde a chegada de Luíz Bertolucci (meu bisavô) partindo de Gênova. Luigi, seu nome verdadeiro, acabou aportuguesando seu nome, como tantos italianos que naquela época não eram bem vistos pela sociedade. Acredito que tenha sido mais ou menos como a história mostrada pela novela "Terranostra" da Rede Globo de Televisão. Suponho que todas as famílias descedentes de italianos que chegaram à São Paulo tiveram a mesma história, acreditando em receber terras e achando que o Brasil fosse o novo eldorado. Não foi bem assim, o que eles, por parte do Governo quiseram, era substituir a mão escrava abolida que já não prestava mais serviços nas grandes fazendas. Pelo que sei, os nossos ficaram sempre na capital. 

 Qual foi a intenção da vinda de Luíz Bertolucci para o Brasil? Sinceramente, nos resta acreditar que a mesma de muitos outros italianos. A imigração italiana já foi bastante documentada através de livros, como os da escritora Zélia Gattai que escreveu Anarquistas Graças a Deus que acabou virando minissérie na Rede Globo em 1984. Zélia tem outro livro, complementando este primeiro, de nome Cittá di Roma que era o nome do navio que imigraram para o Brasil. Algumas novelas também retrataram as sagas italianas como: Nossa Vida (1988) Terranostra (1998) Esperança (2002) da Rede Globo e Os Imigrantes da Rede Bandeirantes. Acho que nossa família, pelo menos do nosso ramo, levou uma vida cotidiana, sem personagens célebres, riquezas, aventuras, tragédias, etc. 

Mesmo assim, podemos dizer que aqui também iniciou-se uma saga, como tantas outras que tiveram um sonho, porém, continua sendo uma família simples, com personagens que podem e devem continuar esta história. 

 É assim que desejamos ser lembrados e relembrados por toda a eternidade, como pessoas simples e trabalhadoras, os Bertolucci que fizeram sua história no bairro do Belenzinho e hoje espalhados por várias localidades desta cidade e outros municípíos paulistas.

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